segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cientistas detectam maior estrutura de matéria escura observada no Universo

22/02/2008 - 10h49

da France Presse, em Paris

Uma equipe internacional de astrônomos detectou a maior estrutura de matéria escura já observada no Universo, com 270 milhões de anos-luz, informou na quinta-feira (21) a revista norte-americana "Astronomy and Astrophysics".

A matéria escura é detectada pelos astrofísicos graças à força de atração gravitacional que exerce sobre o que a cerca. A matéria escura recebe esse nome porque, ao contrário da matéria visível --os átomos que formam estrelas, planetas e pessoas--, ela não emite luz nem nenhuma outra forma de radiação.

"Da mesma forma que a estrutura óssea do corpo humano se torna visível com os raios X, a matéria escura deixa seu rastro na luminosidade das galáxias, revelando sua presença com a força gravitacional que exerce", explicam os especialistas do Insu (Instituto Nacional de Ciências do Universo francês).

A estrutura filamentosa de 270 milhões de anos-luz (um ano-luz corresponde a uma distância de 9,46 trilhões de quilômetros), descoberta graças às imagens do telescópio CFHT (Canadá-França-Havaí), estende-se por uma distância que representa "mais de 2.000 vezes a dimensão de nossa galáxia, a Via Láctea", segundo o Insu.

O recorde anterior de uma estrutura de matéria escura detectada se aproximava dos 100 milhões de anos-luz.

Mas inclusive as dimensões medidas desta vez "correspondem aos limites de nossa capacidade de observação. Na realidade, estas estruturas devem ser ainda maiores", explica Martin Kilbinger, um dos 19 astrônomos autores do estudo.

Segundo os astrofísicos, o Universo é composto de 75% de energia escura, 21% de matéria escura e somente 4% de matéria ordinária, integrada por nêutrons, prótons e elétrons.

"Acreditamos que a matéria escura seja composta de partículas que não conhecemos", explica Kilbinger. "Sua interação com a matéria ordinária é muito pequena. Passa pela Terra sem deixar rastro algum", afirma.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Cientistas britânicos anunciaram ter criado em laboratório um embrião humano com cargas genéticas de duas mães e um pai.

05/02/2008 - 19h38

Da BBC Brasil

A experiência foi realizada por uma equipe da Universidade de Newcastle, que usou dez embriões deficientes que não poderiam ser utilizados nos tratamentos de fertilização in vitro tradicionais.

No experimento, os cientistas removeram o núcleo celular do embrião, contendo o DNA do pai e da mãe, e o implantaram em um óvulo de uma outra mulher, com grande parte do material genético também retirado.

O único componente genético remanescente no óvulo doador foi uma pequena quantidade de mitocôndria - uma estrutura da célula responsável pela respiração celular e a produção de energia.

O embrião, formado com cargas genéticas de um homem e duas mulheres, começou a se desenvolver normalmente, mas foi destruído seis dias depois.

Doenças hereditárias

O bom funcionamento das mitocôndrias é essencial para a vida da célula. Elas são transmitidas somente pela mãe através do óvulo e, quando defeituosas, podem causar doenças hereditárias como cegueira, distrofia muscular, diabetes e surdez, entre outras.

Os especialistas acreditam que a descoberta poderia ser uma garantia de que mulheres com doenças mitocondriais não transmitam as enfermidades para a próxima geração.

"Nós acreditamos que a partir desse trabalho poderemos desenvolver a técnica necessária e oferecer tratamento no futuro para que famílias não transmitam doenças para as próximas gerações", disse Patrick Chinnery, um dos pesquisadores.

Os especialistas explicam que se o embrião se desenvolvesse teria elementos genéticos de três pessoas, mas a parte do DNA responsável por definir a aparência e outras características do bebê não viria do óvulo doador.

A nova técnica será testada apenas em laboratório e ainda não há previsões para que seja aplicada como tratamento.