domingo, 22 de janeiro de 2012


Autores suspendem estudo polêmico de gripe aviária por 2 meses

Pausa voluntária tem objetivo de dar tempo para debates. EUA temem que mutação do vírus H5N1 seja usada por bioterroristas.

G1 20/01/2012 22h00
 
Os cientistas que conduzem um estudo sobre a transmissão do vírus da gripe aviária (H5N1) anunciaram nesta sexta-feira (20) que vão suspender a pesquisa por dois meses. A pausa nos trabalhos é voluntária, de acordo com a carta publicada pelas revistas científicas "Nature" e "Science".
A pesquisa liderada por Ron Fouchier, do centro médico Erasmus, da Holanda, se tornou polêmica devido ao medo de que ela possa ser usada por bioterroristas.
 
"Estamos cientes de que organizações e governos em todo o mundo precisam de tempo para achar as melhores soluções para as oportunidades e os desafios que derivam do trabalho. Para dar tempo para essas discussões, concordamos com uma pausa voluntária de 60 dias em qualquer pesquisa envolvendo os vírus altamente patogênicos H5N1 da gripe aviária, levando à geração de vírus que são mais transmissíveis em mamíferos", disseram os pesquisadores na carta.
Histórico
Em setembro, a equipe anunciou a criação de uma mutação do H5N1, que teria a capacidade de ser transmitido entre mamíferos, para suas análises. Esse vírus já matou 340 pessoas no mundo. O trabalho foi encaminhado para publicação na "Science" e também na "Nature" – passo necessário para o reconhecimento da pesquisa pela comunidade científica.
Em 30 de novembro, no entanto, o Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB, na sigla em inglês) pediu que as revistas omitissem detalhes sobre a metodologia científica do trabalho que permitiriam que ele fosse copiado, por questões de segurança.
Desde então, as duas publicações estudam como e se vão divulgar o estudo. Na época, a "Science" disse que compreendia o pedido do painel, mas que estava preocupada “por censurar informação potencialmente importante para a saúde pública”.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


Biologia Sintética


A biologia sintética  é uma área que trabalha na pesquisa e integração de vários componentes vitais por meio do conhecimento de diversas disciplinas como a biologia, a informática e a engenharia para a projeção e construção de novas funções e sistemas biológicos gerados em laboratórios.
O objetivo da biologia sintética é criar formas de vida artificiais a partir de elementos naturais para atingir a forma e estrutura química planejada. Propicia criar ou recriar elementos celulares e organismos vivos a partir de moléculas e do DNA, ampliando a aplicação de DNA artificial ou a combinação do mesmo.
A biologia sintética derruba as fronteiras entre o vivo natural e o tecnológico manipulável. É uma área que abrange biologia, química, física, matemática, engenharia, biotecnologia einformática. O fator positivo é a criação de novas vacinas, novas fontes energéticas e aplicações na economia biotecnológica.
A enzima de restrição e suas aplicações aos problemas da genética molecular foi descoberta por Werner Arber, Daniel Nathans e Hamilthon O. Smith, pesquisadores que receberam o prêmio Nobel de Medicina de 1978.
trabalho deles permitiria a partir de então  a construção de moléculas e de DNA por meio de recombinação e análises de genes individualmente. A descoberta ampliou a porta de entrada para a “nova era da biologia sintética” pela qual, os genes, além de estudados e analisados, podem ser manipulados e recombinados.
Em 2010, a J. Craig Venter Institute anunciou a criação em laboratório de uma célula sintética, uma célula bacteriana controlada por um genoma artificial. A biologia sintética utilizada de forma positiva poderá gerar grandes soluções para a saúde humana, ambiental, para a economia e até mesmo para a corrida espacial. Se usada negativamente, como na construção de vírus malignos, representará uma fonte de um mal desastroso na humanidade.
A biologia sintética representa ser a próxima fronteira tecnológica da humanidade, as pesquisas nesse setor estão tendo seus custos barateados na manipulação de genes de qualquer organismo. É uma área que permite a obtenção de um novo código genético para a fabricação de um novo DNA para a programação de organismos vivos.
É um setor de pesquisas que desperta grande interesse de empresas transnacionais que atuam na produção de sementes, alimentos, petróleo, monocultivos florestais, celulose e produtos farmacêuticos. Significa uma nova plataforma tecnológica para o bem (saúde, setor industrial, recuperação do meio ambiente) e para o mal ( criação de armas biológicas, geração de novas doenças, e excesso de aplicação na natureza).
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_sintética
http://resistir.info/varios/biologia_sintetica.html
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4550597,00.html
http://www.inovacao.unicamp.br/report/leituras/index.php?cod=527
Por Fernando Rebouças

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


Nanotecnologia - 
Empresa anuncia mapeamento do DNA por US$ 1 mil
Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/01/2012
Empresa anuncia mapeamento do DNA por US$ 1 mil
O que ainda não está claro é o que fazer com os mapas genéticos gerados pela máquina. [Imagem: Life Technologies]
Genoma por mil dólares
Aquilo que era considerado um marco na história da ciência parece ter sido atingido: o mapeamento de um genoma humano por US$1 mil.
Hoje, o custo de um sequenciamento completo do DNA varia entre US$ 5 mil e US$ 10 mil, mas já foi muito mais caro.
Enquanto a tecnologia emergente dos nanoporos já permita que se fale em US$100 para o mapeamento de todos os genes, o primeiro sequenciamento feito pelo Projeto Genoma Humano custou US$3 bilhões.
Agora, a empresa norte-americana Life Technologies colocou no mercado um equipamento que, segundo seus cálculos, permitirá que os laboratórios sequenciem o genoma de qualquer pessoa, cobrando US$1.000,00 por genoma, e ainda lucrem com isso.
O equipamento, chamado Ion Proton, custa US$ 150 mil, enquanto a geração anterior de sequenciadores custava entre US$ 500 mil e US$ 750 mil.
O aparelho, de tamanho semelhante a uma multifuncional de escritório, utiliza um chip de baixo custo, e leva 24 horas para fazer o trabalho total de sequenciamento de um genoma humano, um processo que leva semanas com os equipamentos atualmente no mercado.
Bioética
O que ainda não está claro é o que fazer com os mapas genéticos gerados pela máquina.
Quando o objetivo de sequenciar o genoma por US$1.000 foi estabelecido, ainda se acreditava que um mapa genético teria as respostas para todas as doenças humanas - e, sobretudo, para a cura dessas doenças.
Mas logo se percebeu que essa era uma visão ingênua, e que o DNA não tem todas as respostas - na verdade, o sequenciamento genético está ajudando os cientistas muito mais a fazerem novas perguntas do que oferecer alguma resposta.
As promessas de uma medicina personalizada, em que cada pessoa receberia o medicamento adequado ao seu genoma, em vez de se aproximar da realidade, está seguindo o caminho inverso, e cada vez mais migra para o reino da ficção.
Em seu lugar, surgem as preocupações éticas, como a entrega para doação de bebês que apresentem algum "desvio genético" indesejável, como a propensão para alguma doença.
Ou a exigência de genomas para a seleção de clientes de seguradoras e planos de saúde ou de candidatos a emprego.
A preocupação é ainda maior pela disseminação da lenda de que os genes responderiam a todas as questões de uma forma direta e precisa.
Embora os interesses econômicos por vezes falem mais alto, a ciência já demonstrou que não são apenas os nossos genes que nos tornam únicos - por exemplo, ao menos um gene tem efeitos opostos em homens e mulheres e o mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra..

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


 Luta contra Alzheimer ganha um aliado: composto natural

Cientistas conseguem reproduzir em laboratório substância extraída de planta rara que combate a doença - e produção industrial começa a ser cogitada

Cérebro falha Alzheimer (Getty Images)
Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveram o primeiro método prático, barato e eficiente para criar em laboratório um composto natural de combate ao Alzheimer: o huperzine A. Encontrada na planta chinesa Huperzia serrata, a substância é usada desde o fim da década de 1990 para tratar a doença. Nos EUA, o huperzine A é vendido ainda como um suplemento alimentar para auxiliar a memória e, acredita-se, possa ser usado também para combater efeitos nocivos de agentes químicos. A pesquisa foi publicada no periódico Chemical Science.
Atualmente, pesquisadores só haviam conseguido extrair pequenas quantidades do composto diretamente da planta. A produção em laboratório é feita ainda com métodos morosos ou muito complexos. Com a nova técnica, no entanto, os cientistas de Yale conseguiram produzir a substância de maneira mais prática e barata. O novo processo tem apenas oito passos e produz um rendimento de 40%. Anteriormente, as melhores técnicas exigiam duas vezes mais passos e conseguiam rendimentos de apenas 2%.
“Ser capaz de sintetizar grandes quantidades de huperzine A em laboratório é crucial, porque a planta, que tem sido usada na medicina chinesa há séculos, demora décadas para crescer e está perto da extinção devido à exploração excessiva”, diz Seth Herzon, químico de Yale e coordenador do estudo. Em alguns lugares, a huperzine A chega a custar mais de 1.000 dólares por miligrama. Mas os pesquisadores esperam que, com uma produção em larga escala, seja possível reduzir os custos para 50 centavos de dólar por miligrama (uma dose típica é de, em média, 50 miligramas por dia).
Produção industrial - Para que essa produção em larga escala venha a ser possível, a equipe fez uma parceria com uma indústria que irá auxiliar na fabricação da substância. A empresa planeja avaliar também o potencial terapêutico do huperzine A em diferentes desordens neurológicas. Além disso, o laboratório de Herzon e a empresa estão trabalhando com o exército americano, que está interessado no potencial do composto em bloquear os efeitos de agentes usados na guerra química, sem efeitos colaterais.
Outros tratamentos para o Alzheimer à base de inibidores da enzima são atualmente prescritos nos EUA, mas o huperzine A é absorvido mais satisfatóriamente pelo organismo e dura mais tempo no corpo do que os outros tratamento. “Acreditamos que o huperzine A tem o potencial de tratar uma variedade de desordens neurológicas de maneira mais eficiente do que as opções disponíveis atualmente”
Veja