quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) é aprovado na Câmara


27/09/2007

Agência FAPESP – O plenário da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, na terça-feira (25/9), o projeto de lei 1631/07, do Poder Executivo, que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e atribui a ele novas fontes de recursos.

Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a matéria, que teve como relator na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), foi aprovada com emendas.

Uma delas altera a composição do conselho diretor do fundo para incluir entre os conselheiros, por exemplo, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Outra alteração na proposta refere-se também ao conselho, que ficará responsável, ainda, por aprovar e divulgar amplamente, pela rede mundial de computadores, documentos de diretrizes gerais e o plano de investimentos do fundo. A matéria agora vai para o Senado.

Criado em 1969, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico teve papel fundamental na montagem da infra-estrutura de pesquisa do país. Readquiriu importância crucial para o fomento do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a partir de 2000, com a criação dos Fundos Setoriais.

Com o objetivo de financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o Fundo será administrado por um conselho diretor vinculado ao MCT, composto por representantes do governo federal, da comunidade científica e do setor empresarial.

Fonte: Agência FAPESP

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7812

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Impulso para a inovação (Agência FAPESP)

Divulgando a cultura científica
24/09/2007

Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unesp será lançado na segunda-feira (24/9), com objetivo de gerenciar a transferência de tecnologia para empresas e gerir a política de inovação da universidade (foto: Unesp)


24/09/2007

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A Universidade Estadual Paulista (Unesp) lança nesta segunda-feira (24/9), em São Paulo, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), que terá os objetivos de depositar os pedidos de proteção intelectual dos resultados de pesquisa produzidos na universidade, direcionar sua política de inovação, gerenciar a transferência de tecnologia para as empresas e facilitar o diálogo entre pesquisadores e o setor empresarial.

O lançamento ocorrerá na abertura do 1º Simpósio Unesp de Inovação, coordenado por Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química de Araraquara. “O núcleo já está em funcionamento, com cinco projetos de transferência de tecnologia em andamento. A Unesp tem uma pesquisa consolidada, de excelência, que exigia uma iniciativa como essa”, disse à Agência FAPESP.

De acordo com Fabíola Spiandorello, gerente executiva do NIT-Unesp, os cinco projetos serão apresentados durante o evento, com a divulgação das empresas envolvidas. A previsão é que dentro de 20 dias a primeira patente seja depositada. O núcleo terá representantes em todos os 24 campi da Unesp.

“Dos cinco projetos de transferência de tecnologia, quatro já têm contratos assinados. Temos um em Sorocaba, na área de nanotecnologia, um em São José do Rio Preto, em agricultura, voltado para pesticidas, e dois em Araraquara, no setor farmacêutico – um fitoterápico e outro em cosméticos”, disse Fabíola.

Segundo Vanderlan, há expectativa de que, ao se consolidar, o núcleo se transforme em uma agência de inovação, como as que já existem na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“O NIT é um conceito que surgiu com a Lei de Inovação, que recomenda que as instituições de pesquisa criem escritórios para gerenciar suas atividades de inovação. Esperamos que ele evolua em breve para uma agência”, afirmou.

A estrutura atual do NIT-Unesp, segundo ela, é composta da gerente executiva, de um advogado que dará suporte jurídico aos pesquisadores e de uma secretária. “É uma estrutura simples, mas suficiente para dar início à missão de cuidar da proteção intelectual gerada na Unesp. O núcleo será um facilitador para a transferência de tecnologia, para as parcerias com o setor industrial em todos os níveis e para a prestação de serviços de alta tecnologia”, disse Vanderlan.

O núcleo, acoplado à Pró-Reitoria de Pesquisa, receberá suporte financeiro da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), segundo a professora. “A pesquisa da Unesp estava ligada à Pró-Reitoria de Pós-graduação até junho deste ano, quando o reitor Marcos Macari criou a Pró-Reitoria de Pesquisa. Foi um grande passo para a universidade”, disse.

O núcleo deverá ser um facilitador para que os cientistas possam prospectar pesquisas de interesse. “A função da universidade é gerar conhecimento e formar recursos humanos. Não cabe a ela desenvolver o que quer que seja. Mas gerar conhecimento só faz sentido quando se traduz em bens e serviços para a sociedade. O pesquisador não deve ter essa responsabilidade. É nesse ponto que a agência terá um papel fundamental”, disse Vanderlan.

Segundo ela, os pesquisadores da Unesp produzem ciência de alto nível, mas, como ocorre em todo o país, não têm experiência em patentear invenções. “Sob constante pressão para publicar trabalhos e sem proteção intelectual, nossa produção científica se transforma em commodity para os laboratórios do primeiro mundo. Sem proteção intelectual, não há inovação”, afirmou.

Mais informações sobre o 1º Simpósio Unesp de Inovação: www.aptor.com.br/inovacao/programacao.php

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Embrapa desenvolve a primeira planta de soja transgência brasileira

Especiais

Transgênica e nacional

Parceria da Embrapa com empresa alemã dá origem à primeira planta de soja geneticamente modificada desenvolvida inteiramente no Brasil. Produto deverá estar no mercado em 2011 (foto: Embrapa)
Especiais

11/09/2007

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Depois de 12 anos de pesquisas, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Brasília, em parceria com a multinacional alemã Basf, concluiu a fase de desenvolvimento tecnológico e de testes no campo da primeira planta de soja transgênica brasileira.

A nova variedade, que é resistente a herbicidas, deverá estar no mercado até 2011. O produto geneticamente modificado foi desenvolvido inteiramente no Brasil, de acordo Elibio Rech, geneticista e engenheiro agrônomo da Embrapa que coordenou a pesquisa.

A inovação está na modificação do genoma da planta da soja com a inserção de um único gene, o Ahas, extraído da Arabidopsis thaliana, planta usada na produção de herbicidas da classe imidazolinonas. Os experimentos foram realizados no Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen) da Embrapa.

Com isso, quando se aplica esse tipo de herbicida na lavoura para a eliminação de ervas daninhas, a soja transgênica não sofre seus efeitos. O gene Ahas foi patenteado pela Basf e a Embrapa também depositou um pedido da tecnologia de transformação genética no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Resistente à classe de herbicidas imidazolinonas, o novo produto concorrerá com sementes de soja tolerantes ao glifosato, cujo uso pode apresentar vantagens econômicas em relação às sementes convencionais (leia em reportagem da Agência FAPESP).

“Não podemos falar em monopólio, mas as sementes de soja tolerantes aos herbicidas à base de glifosato representam o único produto do tipo disponível no mercado brasileiro”, disse Elibio Rech à Agência FAPESP. “O nosso será mais uma opção aos sojicultores brasileiros para a redução de custos de produção com a aplicação racional de herbicidas visando o controle das plantas daninhas.”

“A diferença é que utilizamos imidazolinonas, o que contribui tanto para a maior concorrência da planta de soja brasileira no exterior como também para a redução do preço dos herbicidas vendidos aqui no país”, disse.

Segundo o geneticista, o meio ambiente também seria menos prejudicado com uma segunda variedade de soja transgênica no mercado. “Ao alternar o plantio com grãos e herbicidas distintos nas safras, os produtores conseguirão reduzir o surgimento de ervas daninhas resistentes a um único tipo de produto químico”, afirmou.


Regulamentação nacional e global

Os pesquisadores da Embrapa e da Basf estão realizando estudos de avaliação de segurança alimentar e ambiental para, em 2008, submeter a nova tecnologia à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), atendendo às exigências da Lei de Biossegurança.

Segundo Rech, a nova variedade de soja deverá estar disponível no mercado em 2010. “Com a possível aprovação da CTNBio para comercialização, vamos cumprir todas as etapas de produção de sementes em larga escala. Devemos lançar o produto comercial em 2010 para os produtores de sementes e, em 2011, para os produtores de soja”, disse.

Com base nos testes de campo da Embrapa, em que o cultivo das sementes transgênicas foi realizado em dez áreas diferentes do país com solos e climas variados, a expectativa é que a soja ganhe 20% do mercado nacional. “Faz parte também do pacote tecnológico que será disponibilizado em 2011 a criação de um herbicida à base de imidazolinonas específico para a planta transgênica brasileira”, destacou.

De acordo com o pesquisador, como em todo evento novo de biotecnologia, é também necessária a aprovação de países compradores de soja do Brasil. Por isso, a nova tecnologia deverá ser regularizada simultaneamente em mais de 20 países para permitir o uso doméstico e internacional do grão e seus derivados.

Os royalties provenientes da venda da tecnologia serão divididos igualmente entre a Embrapa e a Basf, com base em um acordo de cooperação técnica comercial mantido pelas duas instituições. Foram investidos até o momento mais de R$ 13 milhões nos estudos e no desenvolvimento tecnológico da nova variedade de soja transgênica.

Fonte: Agência Fapesp

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7724

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7724