sábado, 14 de novembro de 2009

Prevenção do Cancer e o Princípio Genético-Dialético-Ambiental, da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, de Rosalda Paim

Registramos o recebimento do seguinte e-mail:

"A CURA DO CÂNCER ANTES QUE ELE SURJA NO CORPO.

De:
Luiz Carlos Nogueira

(O anexo do e-mail está reproduzido mais adiante)
Edson,

Veja isto. Como médico qual é a sua opinião?

Conheci pessoas demasiadamente seletivas, tanto na questão do que comer, do que beber, como fazer isto ou aquilo para ter uma boa saúde.Tinham vida regrada e harmônica e suavam no trabalho, No entanto, algumas morreram de "derrame" (designação da doença sem eufemismo), outras de cancer e diabetes.

Algumas pessoas viveram muito, sem nunca ter deixado de comer o que gostavam, de beber bebidas alcoolicas, fumar, etc. sem cometer exageros.

Então eu não sei até que ponto, viver com medo de doenças e da morte, faz ter vida saudável, deixando de fazer o que faz bem ao espírito e dá mais sabor à existência - repito, sem exageros.

Abraços.

Luiz Carlos Nogueira


Resposta:

Luiz Carlos

Vamos colocar o assunto em debate.

Primeiramente vamos usar uma máxima que é mais significativa quando expressa em francês, mas com receio de errar na grafia, vai em português mesmo:

"Na medicina, como no amor, nem nunca, nem sempre".

Existe outro ditado: "O homem é produto do meio".

Esta máxima está incompleta. Para torná-la verdadeira, devemos lhe acrescentar um outro fator: as "condições genéticas."

Destarte, o homem é produto das relações conflitantes, antagônicas, portanto, dialéticas, dos dois fatores: o patrimônio genético (o seu genôma), submetido permanentemente, desde o instante da fecundação (ambiente uterino) até ao ocaso da vida, às pressões ambientais.

Na tentativa de traduzir essa relação dialética que se processa entre o sistema humano e o ambiente circundante, Rosalda Paim, professora titular da UFF, pesquisadora, uma das duas teoristas brasileiras de Enfermagem e que, neste mês, recebeu a outorga, pela referida Universidde, do título de cientista, assim enuncia o

Princípio Genético-Dialético-Ambiental, da sua Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem

"O ser humano é, em cada instante de sua trajetória existencial, a resultante das relações dialéticas de dois fatores: um genético, expresso pelo conteúdo informacional (instruções codificadas em linguagem cromossômica), equivalente a um projeto, inscrito no seu genoma e, de outro, correspondente ao impacto ambiental sobre o patrimônio genético, produzindo conseqüências cumulativas, cuja historicidade, acrescida dos resultados instantâneos desses componentes, em cada momento considerado, extrapolando para abranger o seu vir-a-ser, tudo traduzido como o somatório cumulativo dos efeitos das trocas de matéria, energia e informações entre o sistema humano e o ambiente, ocorridas no decurso de todo o processo “vida”, incluindo as potencialidades, o planejamento e o devir desses intercâmbios.

O Princípio, acima enunciado, consta dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético" e "Sistemas, Ambiente & Mecanismos de Controle", de Edson Paim e Rosalda Paim.

Adaptado do livro Sistemismo Ecológico Cibernético – 3a. edição – 2004 - Todos os direitos reservados aos autores - copyright Ó by Edson N. Paim e Rosalda C.N. Paim.



Ao considerarmos que cada sistema humano consitui um "ser unico", cujos parâmetros individuais não podem ser comparados com os de outra pessoa, sugerimos que seja analisada sob o prisma do Princípio Genético-Dialético-Ambiental, da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, de Rosalda Paim, o anexo do e-mail enviado por Luiz Carlos Nogueira, sobre

"A CURA DO CÂNCER ANTES QUE ELE SURJA NO CORPO, pode ser acessado através do seguinte LINK:


Cancer E A CURA.pps 1.46 MB


Outra matéria, a seguir publicada, corrobora o Princípio Genético-Dialético-Ambiental, da Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem, de Rosalda Paim, em face de se referir aos resultados das ações dos fatores genéticos, em permanente relação dialética com o ambiente:





'Gêmeos virtuais' mostram que natureza é mais forte que criação

Sarah Kershaw

Irmãs com apenas quatro meses de diferença, Julie e Sara Curry cresceram bombardeadas de perguntas de colegas de classe confusos. "A sua mãe ficou em trabalho de parto por quatro meses?", perguntou um amigo, conta Sara, 19. "Como é possível?", outros questionavam.

» Relação entre irmãos mistura amor e ódio
» Estudo: irmão mais velho diminui altura de caçulas
» Mulher dá à luz quíntuplas na Polônia

As irmãs Curry, que estão no segundo ano da faculdade e vivem com os pais em uma cidade desértica nos arredores de San Diego, são o que a doutora Nancy L. Segal, psicóloga que estuda diferenças comportamentais em gêmeos, chama de gêmeas virtuais.

Segundo sua definição, gêmeos virtuais são crianças sem parentesco entre si, nascidas dentro de um período de até noves meses de diferença e que ingressam em uma família, pelo nascimento ou adoção, no seu primeiro ano de vida. Desde 1991, Segal estudou 137 pares de gêmeos desse tipo, cuja diferença média de idade é de três meses.

Cientificamente, gêmeos virtuais fornecem rico material aos pesquisadores que lidam com questões de natureza versus criação. Nos estudos de Segal, como em muitos outros envolvendo gêmeos biológicos, a natureza parece levar a melhor.

Criados juntos praticamente desde que nasceram, ou pelo menos desde a tenra infância, gêmeos virtuais podem ser estranhos genéticos, mas partilham do mesmo ambiente desde muito cedo em suas vidas.

Segal, que também tem uma irmã gêmea, comanda o Centro de Estudos de Gêmeos na Universidade Fullerton do Estado da Califórnia e é autora de dois livros sobre gêmeos. Ela disse que seu trabalho mostra que gêmeos virtuais têm menos em comum em termos comportamentais, de inteligência e de habilidades decisórias do que gêmeos fraternais ou idênticos, incluindo aqueles que foram criados separados, ou irmãos biológicos com uma grande diferença de idade. Nos últimos anos, sua pesquisa apareceu em publicações como Journal of Educational Psychology.

"Esperava que os gêmeos virtuais fossem mais parecidos do que de fato são, já que foram criados juntos a vida inteira," disse Segal, que também estudou centenas de pares de gêmeos fraternais e idênticos, incluindo dezenas que foram criados separados. "Mas eles são muito menos parecidos. Isso nos dá outra pista do grande quebra-cabeças da natureza versus criação."

Embora seja difícil quantificar o fenômeno, pesquisadores dizem que o número crescente de gêmeos virtuais é conseqüência de americanos que têm filhos tardiamente e enfrentam problemas de fertilidade, tendo que constituir família por meio de diversos métodos: adoções, barrigas de aluguel, gravidez natural e tratamentos de fertilidade, que também podem levar a múltiplos nascimentos.

Muitos pais que tiveram problemas de infertilidade durante anos recorrem a diversas alternativas em paralelo, esperando conseguir ter pelo menos um filho. Quando duas adoções ou uma adoção e uma gravidez acabam dando certo ao mesmo tempo, está formado o cenário ideal para os gêmeos virtuais.

Peggi Ignagni, de Oberlin, Ohio, havia tentado engravidar por nove anos quando ela e seu marido, Tony, se registraram para adoção, na esperança de poder adotar um bebê. Eles acolheram Nickholas com apenas três dias de vida, mas decidiram continuar com o processo de fertilização in vitro, temendo que a adoção não desse certo. O tratamento de fertilização funcionou e Ignagni engravidou de tri-gêmeos, que nasceram oito meses após Nickholas.

Hoje, ela e o marido, que é dono de uma empresa de equipamentos médicos, têm quatro filhos de seis anos. "Ainda bem que todos aprenderam a usar o pinico na mesma semana," ela disse.

No caso das irmãs Curry, o casal Deborah e Dave Curry, ambos aposentados da Marinha, adotaram Sara logo que ela nasceu. O casal havia tentado ter filhos por quase quatro anos antes de entrarem com um pedido de adoção. Deborah Curry engravidou de Julie um mês após a mãe biológica de Sara ter escolhido o casal para serem os pais adotivos da menina. Quando deixaram o hospital com Sara, um segurança os parou e pediu para explicarem por que levavam uma recém-nascida nos braços se Deborah Curry ainda estava visivelmente grávida.

Os Curry - ele tem cinco irmãos e ela tem 10 - dizem que as diferenças entre Julie e Sara são marcantes. Havia menos diferenças entre eles e seus próprios irmãos, contam. Além disso, as meninas se tornaram mais diferentes à medida que foram crescendo e ficaram menos suscetíveis à influência dos pais, uma conclusão à qual Segal também chegou com base na observação de outros gêmeos virtuais. Segal afirma que os genes tiveram um papel importante na determinação de suas aptidões e personalidades, acrescentando que as experiências de outros gêmeos virtuais estudados fornecem mais provas a respeito disso.

Sara ama filmes de terror, mas odeia esportes radicais; Julie gosta de filmes sentimentais, mas ama saltar de pára-quedas. "Pulo de um penhasco, mas não assisto a 'Jogos Mortais,'" Julie disse, se referindo ao filme sangrento.

Sara vai à igreja, Julie não. Sara usa seis brincos em cada orelha, Julie raramente usa jóias. Sara é falante, Julie é quieta. Sara usa óculos, Julie usa lentes de contato. Sara gosta de se arrumar; Julie costuma se vestir mais casualmente.

As dessemelhanças podem parecer como aquelas que ocorrem entre quaisquer irmãos, mas seus pais e Segal, que estudou as irmãs em dois períodos diferentes, dizem que o contraste entre elas parece ser muito mais profundo. Na verdade, ela disse que as diferenças encontradas na inteligência das irmãs foram maiores do que as encontradas na maioria dos irmãos biológicos, mesmo aqueles com grandes diferenças de idade.

A pesquisa de Segal envolve tipicamente entrevistas com os gêmeos virtuais quando eles têm pelo menos quatro anos. Eles fazem testes de inteligência e os pais e professores preenchem questionários extensos sobre comportamento, relação entre os irmãos e seus históricos escolares, médicos e dentais. Até hoje, a doutora já realizou acompanhamentos posteriores às entrevistas com 42 dos 137 pares de gêmeos, incluindo Sara e Julie; não há limite de idade para os participantes do estudo.

Diferente de outros gêmeos virtuais, Sara e Julie não costumavam vestir roupas iguais nem eram tratadas como gêmeas na escola. "Elas são totalmente diferentes," disse Dave Curry. "Elas se equilibram." Com a família sentada à mesa de jantar em uma tarde recente, Dave Curry virou-se para as filhas e disse: "Só pode ser uma maior influência da natureza. Vocês cresceram tão próximas, viviam juntas o tempo todo." Ele disse à Sara, "ela estabiliza o seu drama," e à Julie, "ela traz empolgação a você."

"Isso mesmo," Julie disse à sua irmã, "você me faz sair da minha bolha." Outros gêmeos virtuais do estudo, entretanto, foram deliberadamente criados como gêmeos desde o nascimento. Julie Dykstra, ex-enfermeira que vive em Belmon, Michigan, teve duas adoções aprovadas na mesma semana, uma em 1º maio e a outra dois dias depois. Segundo ela, seus filhos, hoje com seis anos, nasceram com 3,7kg e 53,3cm e têm 10 dias de diferença. "Sempre me senti como se tivesse tido gêmeos," ela disse. "Me senti imersa na experiência."

Eles cresceram como gêmeos e a família disse à escola que eles eram gêmeos.

"Eles têm a linguagem dos gêmeos," disse Dykstra. "Eles sabem o que o outro está pensando e prevêem o que o outro vai dizer. Quando se conheceram, um tinha 13 dias e o outro três dias de vida.

Segal disse que apesar da "genética não explicar tudo," mesmo se os pais tratarem seus gêmeos virtuais como gêmeos biológicos ou se as crianças tiverem similaridades desde cedo, sua pesquisa descobriu que o ambiente ainda tem "efeito mínimo ou nulo" no comportamento e na inteligência dos irmãos. Segundo ela, gêmeos virtuais podem se parecer muito em seus primeiros anos de vida, mas no longo prazo esse ambiente compartilhado não "terá um impacto duradouro."

Dykstra e seu marido, Todd, pastor da Igreja Maranatha, mais tarde adotaram outros dois gêmeos virtuais, duas garotas com 20 dias de diferença, hoje com dois anos. Uma foi adotada na China e não se juntou à família antes de completar 10 meses de vida. Dykstra disse que não sente como se as garotas fossem gêmeas, porque uma esteve em um orfanato chinês e se integrou à família muito tempo depois que a outra. Ela acrescentou que as garotas ainda são novas.

Há seis meses, o casal adotou outra recém-nascida, a irmã biológica de uma de suas filhas adotadas, o que deixa Dykstra curiosa para descobrir como as três serão diferentes. "Somos um pequeno experimento científico," brincou.

Críticos e agências de adoção recomendam que os pais evitem, quando possível, a adoção de gêmeos virtuais (também chamados de pseudogêmeos ou gêmeos artificiais), para que cada criança receba a adequada atenção dos pais. Alguns afirmam que os pais não estão sendo honestos ou justos quando tentam arranjar mais de uma adoção de mães que poderiam não escolhê-los se soubessem que outra criança entraria para a família em menos de um ano.

"As pessoas precisam ser muito bem orientadas," disse Joyce Maguire Pavão, presidente e fundadora do Centro de Conexões Familiares, em Cambridge, Massachusetts, que dá orientação psicológica e outros serviços a famílias que o centro chama de "combinadas".

"A adoção deveria ser uma forma de achar famílias para crianças, não de encontrar crianças para famílias," disse. "Em muitos casos, os pais fazem isso sem compreender as conseqüências. Acho que não há problema quando as pessoas estão conscientes de que é um processo muito difícil."

Mas, para Segal, na maioria dos casos é o destino que leva a ocorrências de gêmeos virtuais, mais do que uma escolha dos pais, que não podem ser culpados por explorar todas as alternativas, já que tanta coisa pode dar errado em casos de gravidez de alto risco e adoções. Em sua pesquisa, afirma, ela descobriu que os pais estavam contentes em ter crianças de idades parecidas, pois elas fazem companhia uma para a outra.

Muitos dos principais estudos sobre gêmeos nos últimos 20 anos, em particular aqueles que acompanharam gêmeos criados por famílias diferentes, forneceram o que os cientistas chamam de evidência clara de que a genética desempenha um papel maior que o ambiente na inteligência e na personalidade. A pesquisa de Segal, considerada a primeira a estudar gêmeos virtuais como um substrato da população gêmea, reforça a visão predominante adotando outro foco.

Nos últimos 17 anos, Segal e seus pesquisadores avaliaram habilidades verbais e não-verbais de gêmeos idênticos, fraternais e virtuais em testes de inteligência. Mais recentemente, eles conduziram outros testes para averiguar como cada um toma decisões individualmente, pedindo que respondessem às perguntas baseados no que achavam que eles e seus irmãos responderiam caso estivessem juntos.

Ela encontrou diferenças gritantes entre os gêmeos virtuais. Entre as questões estavam: diga o nome de um livro, filme e sabor de sorvete, e se seu gêmeo se perdesse no parque, onde você o procuraria? No outono americano, essa pesquisa deverá ser publicada no Personality and Individual Differences, um periódico de psicologia.

Segal descobriu que gêmeos idênticos pensavam de maneira muito parecida, gêmeos fraternais um pouco menos e os virtuais muito diferente. Quando se trata de inteligência, por exemplo, sua pesquisa descobriu que apenas 25% das diferenças entre gêmeos - virtuais, fraternais ou idênticos - se devem ao ambiente, e 75% à genética.

Nem todos os gêmeos virtuais no estudo de Segal mostram disparidades intelectuais e sociais. Ginger Relyea, instrutora de dança e educação física que vive em Encinitas, Califórnia, com seu marido, Steve, vice-reitor da Universidade da Califórnia, em San Diego, tem dois garotos de 11 anos com 11 semanas de diferença. Um é adotado e o outro nascido de uma mãe de aluguel.

Recentemente, em testes de inteligência na escola, suas pontuações diferiram em apenas três pontos. Os meninos, ambos com sardas nas bochechas e no nariz e 1,46m de altura (embora um seja 5,4kg mais pesado), parecem irmãos fraternais.

Quando eram pequenos, a mãe costumava vesti-los com roupas iguais, e nas primeiras fotografias eles parecem idênticos. Como bebês, suas personalidades eram bem diferentes: Nathan chorava muito, Dylan era tranqüilo. Mas, segundo Relyea, por volta de um ano de idade, eles começaram a se parecer mais como gêmeos e a avançar etapas juntos, aprendendo a andar com uma semana diferença, por exemplo.

Até cerca de um ano atrás, disse a mãe, eles agiam como gêmeos e eram tratados como gêmeos, mas as diferenças começaram a surgir. "Prefiro esportes de estilo livre, como skate e surfe," disse Nathan, o mais novo. "Dylan tende a ser mais agressivo. Mesmo com uma diferença de apenas três meses, ele tira vantagem de ser o irmão mais velho e dominador."

Dylan disse: "Gosto da diferença de três meses. Me faz sentir que estou no comando." Nathan concordou: "Ele gosta de poder," disse.

Mas, Nathan acrescentou, ele defende o Dylan quando é preciso. "Algumas das nossas maiores brigas são sobre o que é melhor, shorts ou jeans," disse.

Tradução: Amy Traduções

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Alzheimer, um novo caminho de tratamento
0 comentário
Imprimir imprimir
Compartilhe compartilhe
Permalink permalink
Avalie ( 0 de 5 )
Diminuir Letra Diminuir Letra
Deli.cio.us
My Yahoo
Menéame
Stumble Upon
Windows Live
Newsvine
Tailrank
Magnolia
Bookmarks
Facebook
Technorati
Fresqui
Digg
Reddit
Blinklist
Furl
23/10/2009 - 12h:10

Insulina é nova aposta

Pesquisadores brasileiros relacionam a doença ao diabetes tipo 2 e abrem um novo caminho de tratamento

De todas as pessoas com mais de 65 anos em todo o mundo, cerca de 15% sofrem com o mal de Alzheimer. Uma doença perversa, progressiva, incurável e incapacitante que afeta áreas do cérebro responsáveis pela memória, pela linguagem e pelo raciocínio lógico. São mais de 20 milhões de doentes no planeta - 1 milhão só no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025 o país será o sexto com maior número de idosos. Por isso, a doença, apontada como a maior causa de demência na terceira idade, é uma ameaça tão grande. Desde a sua descoberta, em 1907, pelo psiquiatra e neuropatologista alemão Alois Alzheimer, a comunidade científica mundial busca respostas que levem à compreensão e à cura da doença.

O mal de Alzheimer se instala quando o processamento de um tipo de proteína, a beta-amiloide, produzida pelo sistema nervoso central, começa a falhar. Formam-se, então, aglomerados tóxicos de fragmentos mal cortados dessa substância, com formato de diminutas bolinhas, chamados oligômeros.

O cérebro possui um sistema de defesa próprio, que isola o sangue que irriga sua rede capilar do resto do corpo, a barreira hematoencefálica. As proteínas beta-amiloides, porém, são reconhecidas como substâncias "autorizadas" e conseguem burlar a barreira e se alojar no interior dos neurônios sob a forma de oligômeros ou em emaranhados proteicos no espaço entre eles. Acreditava-se, até pouco tempo atrás, que o acúmulo excessivo desses emaranhados de proteínas fossem os grandes vilões, mas estudos mais recentes em todo o mundo apontam os oligômeros como os reais causadores da doença. Eles conseguem se ligar aos neurônios e penetrá-los, bloqueando as sinapses (comunicação eletroquímica entre neurônios), causando deformidades e a morte das células. Não se sabe ainda porque os oligômeros atacam áreas específicas do órgão, mas a desconfiança é de que a relação seja com o tipo de neuroreceptor.

23/10/2009 - Jornal:Correio Braziliense
Janey Costa

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nobel de Química premia estudo que levou a criação de antibióticos

O Prêmio Nobel de Química de 2009 foi concedido a três cientistas - Venkatraman Ramakrishnan, Thomas Steitz e Ada Yonath - pelo estudo da estrutura e função dos ribossomos, a fábrica de proteína das células.

Os três cientistas premiados criaram mapas, átomo por átomo, dos ribossomos, tornando possível o desenvolvimento de novos antibióticos.

O professor Ramakrishnan trabalha nos Laboratórios do Conselho Médico de Pesquisa em Biologia Molecular, em Cambridge, Grã-Bretanha.

Thomas Steitz, por sua vez, é da Universidade de Yale, nos Estados Unidos e Ada Yonath trabalha para o Instituto Weizmann, em Rehovot, Israel. Yonath é a quarta mulher a vencer o Nobel de Química, mas a primeira em quatro décadas.

A cientista israelense afirmou que ainda é preciso aprender mais sobre o ribossomo, mas ela e seus colegas deram grandes passos na compreensão destas estruturas.

O prêmio de US$ 1,4 milhão será dividido pelos três cientistas.

'Guerreiros' O ribossomo traduz o código genético para a produção de proteínas, que são os blocos que constroem todos os organismos vivos.

Esta estrutura das células também é o principal alvo de novos antibióticos, que combatem variedades de bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos tradicionais.

Estes novos medicamentos funcionam bloqueando a função dos ribossomos nas células das bactérias, evitando que estas bactérias produzam novas proteínas que precisam para sobreviver.

O prêmio foi anunciado durante uma entrevista coletiva na Academia Real de Ciências da Suécia. Nesta entrevista os três cientistas foram descritos como "guerreiros na luta contra o crescente número de infecções bacterianas incuráveis".

A academia já anunciou nesta semana outros prêmios. O Nobel de Medicina, na segunda-feira, foi concedido a três cientistas americanos que descobriram uma enzima que ajuda o cromossomo a proteger o código genético.

As pesquisas ajudaram a entender melhor o envelhecimento humano e o desenvolvimento de cânceres e das células-tronco.

Já o Nobel de Física foi concedido a três cientistas por seus estudos na área de tecnologia de fibra óptica e a invenção do sensor de imagem digital.
UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s)

* antibióticos
* Células-tronco

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Novo papel do príon - Por Fábio de Castro (Agência FAPESP)

20/5/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Sabe-se que a proteína príon celular (PrPC), altamente expressa na superfície das células do sistema nervoso, tem papel importante no amadurecimento e na formação dos prolongamentos dos neurônios, além de protegê-los da morte celular programada – a apoptose. Ela também modula a resposta do sistema imunológico às inflamações e há evidências de que proteja as células neuronais contra a isquemia, ou falta de oxigênio.

Um novo estudo feito por pesquisadores brasileiros sugere que a expressão da PrPC também pode modular a agressividade de células tumorais. O trabalho, coordenado pela professora Vilma Regina Martins, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, foi publicado na edição on-line da revista International Journal of Cancer.

Resultado do Projeto Temático “Papel da proteína príon celular em processos fisiológicos e patológicos”, apoiado pela FAPESP e coordenado por Vilma, o estudo teve a participação de Angelita Muras e Glaucia Hajj, também do Instituto Ludwig, de Karina Ribeiro e Regina Nomizo, do Hospital A.C. Camargo, de Sueli Nonogaki, do Instituto Adolfo Lutz, e de Roger Chammas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com Vilma, graças à contribuição do Temático – que está em fase de conclusão e é o segundo coordenado por ela sobre o tema –, a PrPC começa cada vez mais a aparecer na literatura científica não apenas pela importância nas doenças neurodegenerativas causadas por príons, mas também por sua relevância biológica.

“Nossos dados mostram que a PrPC modula a expressão e a ativação de outras proteínas – como as integrinas – e que sua ausência em células tumorais pode resultar em um fenótipo mais agressivo. Os resultados indicam que a PrPC pode ter implicações importantes na formação de metástases”, disse à Agência FAPESP.

O grupo, segundo a pesquisadora, estudou o papel da PrPC na modulação de um processo tumoral utilizando culturas de células e modelos animais. Células mesenquimais de camundongos – que não continham a PrPC – foram transformadas para desenvolver tumores. Sobre essas células transformadas, o grupo pôde testar o papel da proteína.

“Transformamos células que não possuíam a proteína príon em células tumorais. Com isso, elas se tornaram particularmente agressivas e, quando injetadas na veia caudal dos animais, formaram colônias pulmonares. Não se trata de uma metástase, mas de uma característica experimental típica de uma célula agressiva”, explicou.

O estudo indica que a falta da PrPC na célula leva à ativação de outras proteínas que, por sua vez, tornam o tumor mais agressivo. “Em um neurônio normal, por exemplo, a proteína príon tem o papel de preservar a capacidade de a célula formar axônios e conexões. Mas em uma célula tumoral, as modificações ocasionadas pela ausência da PrPC levaram a uma maior agressividade do tumor”, disse.

Mecanismo de compensação

Quando foram criadas as primeiras linhagens de animais que não produziam a PrPC, há cerca de 25 anos, não houve alteração aparente em seus organismos. “Naquela época havia duas hipóteses: ou a proteína não apresentava uma função relevante no sistema, ou tinha uma função tão importante que precisava ser redundante – isto é, alguma outra proteína exercia sua ação para compensar uma função que tivesse sido desativada”, disse Vilma.

Há cerca de dois anos, um artigo produzido pelo grupo brasileiro demonstrou que os neurônios com PrPC tinham a mesma capacidade de produzir axônios que as células semelhantes, mas desprovidas da proteína. Os cientistas descobriram que isso ocorria porque existia um mecanismo compensatório.

“Naquele artigo, mostramos que as células que não possuem PrPC têm maior atividade de outra proteína, uma integrina. Com isso, explicamos pela primeira vez por que não há grandes alterações quando se avalia os animais desprovidos da PrPC. No entanto, sabemos que as integrinas também são muito importantes para a regulação do processo tumoral”, afirmou.

Quando usaram um fibroblasto – célula do tecido conjuntivo – de um animal sem PrPC e o transformaram em célula tumoral, os cientistas viram que a presença de uma integrina mais ativada fazia o tumor ficar mais agressivo. “Isso indica que a PrPC é uma proteína regulatória que, ao ser retirada do sistema, altera a atividade de outras proteínas como as integrinas.Essa alteração pode contribuir para a agressividade das células tumorais”, destacou.

Segundo a pesquisadora do Instituto Ludwig, os estudos sobre o papel de proteínas em tumores deverão ter continuidade. Um dos objetivos será avaliar se existem tumores específicos que têm a expressão ou a quantidade de PrPC aumentada ou diminuída. Expressar mais ou menos PrPC pode indicar que a célula é mais ou menos agressiva.

“Queremos estudar exatamente como a presença da PrPC pode modular o processo tumoral. Essa modulação pode ter um comportamento diferente em outros tipos celulares. A proteína tem, por exemplo, atividade em células de tumores do sistema nervoso, como glioblastomas, regulando sua proliferação”, afirmou Vilma.



O artigo Prion protein ablation increases cellular aggregation and embolization contributing to mechanisms of metastasis, de Vilma Regina Martins e outros, pode ser lido por assinantes do International Journal of Cancer em www3.interscience.wiley.com/journal/122253781/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pesquisa no exterior beneficia o País

Pesquisa no exterior beneficia o País
Desde 1994, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis trabalha na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, em uma pesquisa que pode levar à cura de doenças degenerativas como o Mal de Parkinson. Mesmo estando longe do Brasil, ele acredita que a experiência dos cientistas que vão para o exterior contribui para o conhecimento aqui no País. “Só 5% daqueles que vão não retornam”, diz.

Para o pesquisador, que pode se tornar o primeiro brasileiro a receber um Prêmio Nobel, há muitos talentos no País que só precisam de uma oportunidade para decolar. “Por isso, o investimento em tecnologia e ciência é estratégico para qualquer nação”, disse ontem Nicolelis, durante um almoço realizado em São Paulo em sua homenagem, promovido pela Gazeta Mercantil e o Jornal do Brasil, com o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia). (págs. 1 e C2)


Glaxo e Pfizer juntas contra a Aids
A GlaxoSmithKline, que já foi a maior fabricante global de medicamentos para o tratamento da Aids, e a Pfizer vão criar uma empresa específica para pesquisa, desenvolvimento e comercialização de medicamentos para o tratamento da doença. O objetivo das companhias é aumentar a participação das duas farmacêuticas em drogas contra o vírus HIV. Trata-se de um mercado que movimenta US$ 12,3 bilhões ao ano e é dominado pela norte-americana Gilead Sciences. (págs. 1 e C2)

terça-feira, 24 de março de 2009

Até sangue poderá ser fabricado (Correio Braziliense)

Cientista escocês anuncia que usará embriões descartados em fertilizações in vitro para criar glóbulos vermelhos sintéticos e demais componentes sanguíneos, como plaquetas e glóbulos brancos. Para ele, as células-tronco embrionárias serão uma fonte inesgotável para abastecer os estoques dos hemocentros. Primeiras transfusões podem ocorrer em 2013. (págs. 1 e 22)