quinta-feira, 10 de junho de 2010

Celular trata alzheimer? (Silvio Meira)

(Do Blog Dia a Dia, Bit a Bit)

Este blog já falou mais de uma vez sobre as possíveis e nunca provadas conexões entre o uso intensivo de celulares e o câncer em seres humanos. para ter uma idéia do que discutimos aqui, leia celulares e câncer: a discussão recomeça, que precedeu radiação e [ou melhor, em] você e que foi seguido por celulares e câncer [de novo]. neste último, falamos de um texto do theage, que cita um dos grandes neurocirurgiões da austrália:

Vini Khurana, who conducted a 15-month "critical review" of the link between mobile phones and malignant brain tumours, said using mobiles for more than 10 years could more than double the risk of brain cancer.

em resumo, o risco de desenvolvimento de câncer de cérebro é mais que duplicado pelo uso constante de celulares por mais que dez anos…

a controvérsia sobre o assunto é de muito grande porte, como você poderá ver em www.cancer.gov. mas parece que celulares –e seu uso intensivo- também podem ter efeitos benéficos: gary arendash, da university of south florida, expôs ratos geneticamente modificados para terem a doença de alzheimer a duas horas diárias de radiação similar a dos celulares, por períodos de sete a nove meses.

o que ele e seus colegas esperavam era que a exposição intensa ao “celular” aumentasse os efeitos do mal de alzheimer, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário: mesmo com alzheimer, ratos “banhados” por radiação de celulares mostraram ser tão capazes, em testes de raciocínio e memória, quanto ratos saudáveis. por que? aparentemente porque a radiação celular controla [ou zera] o nível de beta amilóide no cérebro, diminuindo e até revertendo os efeitos da doença.

resultado? arendash acredita que é preciso investir em um novo campo da neurociência, o de efeitos de longo prazo do eletromagnetismo na memória. pode ser. e pode ser que a radiação de celulares seja mesmo benéfica para seres humanos com alzheimer.

como a doença é letal, de causas e progressão ainda não completamente determinadas, e não há tratamento efetivo conhecido, uma ou duas horas de celular por dia pode ser um procedimento relevante para quem sofre de alzheimer. no mínimo, o paciente ficará conectado, por muito mais tempo, a pessoas, grupos e fatos que podem lhe interessar, enquanto se descobre se o tratamento é mesmo efetivo em seres humanos ou não.

enquanto isso, o debate sobre os efeitos de radiação celular em humanos continua. abaixo, imagem da wikipedia sobre absorção específica de radiação celular [pelo cérebro humano], SAR. nos EUA, o limite para SAR é 1.6W/kg; na europa e no brasil, é 2W/kg. todos os celulares, na prática, obedecem o limite americano.