sexta-feira, 11 de abril de 2008

Cientistas dos EUA criam 'remédio contra radiação'



11/04/2008 - 06h02

Um remédio que pode proteger contra os efeitos da radiação foi desenvolvido por cientistas americanos.

O resultado do estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Lerner, em Cleveland, nos Estados Unidos, foi publicado na última edição da revista científica Science.

Por enquanto, o remédio só foi testado em animais e deverá ainda passar por testes clínicos.

Intitulado CBLB502, o medicamento inicia um mecanismo biológico que faz com que células saudáveis sobrevivam a golpes de radiação.

O CBLB502 pode fazer com que o tratamento com radioterapia destinado a pacientes com câncer se torne mais seguro e também poderia ser usado no evento de uma "bomba suja" - feita com material radioativo - ou de um desastre nuclear como o de Chernobyl.

'Suicídio' A radiação destrói células porque causa danos que levam as células a cometer "suicídio". Mas, nesse processo, células saudáveis também podem morrer. O novo remédio inibe a proteína que inicia o "suicídio" das células.

Testes realizados em ratos e macacos sugeriram que o CBLB502 protege as células saudáveis da medula óssea e do aparelho digestivo contra a radiação, mas não parecem proteger células cancerosas, que continuam vulneráveis à radioterapia.

No teste com animais também não houve sinais de efeitos colaterais. O pesquisador Andrei Gudkov, do Instituto Lerner, disse que o grupo obteve o avanço ao observar como algumas células cancerosas conseguiam escapar do "suicídio". O remédio foi desenvolvido na tentativa de fazer com que células saudáveis imitassem esse comportamento, mas de forma temporária e reversível.

"Com isso, o CBLB502 reduz a o efeito tóxico da radioterapia sem diminuir os efeitos terapêuticos", afirmou.

UOL

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Vacina contra ebola é apresentada


02/04/2008

Agência FAPESP – Um dos mais mortais de todos os vírus, o incurável ebola, poderá ser evitável em breve, segundo estudo apresentado na segunda-feira (31/3), durante a 162ª reunião anual da Society for General Microbiology do Reino Unido, em Edimburgo, na Escócia.

Pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá afirmaram terem feito testes bem-sucedidos de vacinas contra ebola em primatas e planejam agora iniciar experimentação em humanos.

“A ameaça de bioterrorismo representada pelo vírus ebola não pode ser ignorada. Também temos visto um número maior de ocorrências naturais em humanos dessa doença mortal. Com o crescimento do número de viagens internacionais, o vírus pode ser transportado como uma possível arma e, por conta disso, precisamos desesperadamente de uma vacina”, disse Anthony Sanchez, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

Até o momento, foram registrados mais de 1,5 mil casos de febre hemorrágica causada pelo ebola em humanos em todo o mundo. A doença se manifesta abruptamente e sintomas incluem febre, dor de cabeça, garganta inflamada, fraqueza, dores musculares e nas articulações, diarréia, vômitos e dor de estômago. Também podem ocorrer sangramento e vermelhidão nos olhos. A taxa de mortalidade do ebola hemorrágico é de cerca de 90%.

Por conta de o vírus ser tão perigoso, a produção e o teste de vacinas representam um grande desafio para os cientistas. Um empecilho significativo tem sido o pequeno número de instalações de segurança máxima com pessoal autorizado a conduzir pesquisas.

“Outra dificuldade para o desenvolvimento de vacinas para vírus como ebola, marburg ou lassa é que eles disparam respostas de anticorpos sangüíneos que não são eficazes. Para tais vírus nós precisamos de respostas de mediação celular, que envolvem a produção de linfócitos T antes que a imunidade do organismo se torne forte o suficiente para prevenir ou afastar uma infecção”, explicou Sanchez.

Os cientistas empregaram diversas técnicas de recombinação de DNA, o que possibilitou o estímulo de resposta celular e a produção de modelos de vacina que afirmam ser eficientes em macacos. O grupo pretende iniciar testes em humanos de uma das vacinas, que já passou por testes clínicos em 2006.

“Os testes em primatas não humanos foram muito bem-sucedidos e tornaram possível que o desenvolvimento de vacinas progredisse rapidamente. Experimentações bem-sucedidas em humanos significa que poderemos vacinar profissionais de saúde durante surtos de ebola hemorrágica, ajudando a proteger as vidas deles e a controlar a forma como a doença se espalha”, disse Sanchez.

Fonte: Fapesp