sexta-feira, 27 de junho de 2008

Novo paradigma da pediatria


FMUSP inaugura primeiro laboratório de genômica pediátrica de uma universidade brasileira. Instalações serão usadas para o estudo de doenças como asma brônquica e obesidade (foto: T. Romero)

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – O Laboratório de Genômica Pediátrica, que funcionará no prédio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), na capital paulista, foi inaugurado na manhã de quinta-feira (26/6) com cerimônia de descerramento de placa que contou com a presença de diretores, professores e alunos da instituição.

Além de ser utilizado para o ensino e pesquisa no campo da pediatria, os estudos no laboratório deverão trazer novos fundamentos para a assistência realizada no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP às chamadas doenças pediátricas complexas, tais como asma brônquica, lúpus e obesidade.

“Esse é o primeiro laboratório de genômica instalado em um departamento de pediatria de uma universidade brasileira”, disse a professora Magda Carneiro-Sampaio, professora titular do Departamento de Pediatria da FMUSP e uma das coordenadoras do novo laboratório, à Agência FAPESP.

“As doenças complexas são caracterizadas por terem vários genes que influenciam sua origem e desenvolvimento. Além disso, são doenças que têm forte interação com fatores externos, com o ambiente. No laboratório serão estudados marcadores genéticos estruturais e funcionais que possam levar à identificação precoce de crianças com maior risco para essas doenças”, explicou.

Para a professora Sandra Grisi, chefe do Departamento de Pediatria da FMUSP, o novo laboratório permitirá que a medicina mude do terreno das infecções para o terreno da genética e da genômica. “Os estudos contribuirão para a formação dos médicos do futuro e da pediatria que queremos desenvolver no século 21”, disse.

O laboratório também será usado pela equipe do Instituto da Criança do HC que conduz o projeto “Uma nova pediatria para crianças que vão viver 100 anos ou mais”, que acompanha, desde a gestação, centenas de crianças com o objetivo de preparar uma geração com mais qualidade de vida.

A partir do levantamento de informações sobre o histórico familiar e sobre as condições de saúde de cada criança, além do estudo de características genéticas e sociais, o objetivo do projeto é oferecer condições para que elas possam viver o máximo possível seguindo a tendência futura de uma maior expectativa de vida.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em pouco mais de quatro décadas a expectativa de vida no Brasil será de cerca de 81 anos, dez a mais do que a atual.

O projeto acompanha a evolução dos indivíduos na infância e na adolescência para, entre outras coisas, prevenir eventuais doenças que a criança possa desenvolver na fase adulta e que tenham sido originadas nos primeiros anos de vida ou até mesmo na fase fetal.

“As pesquisas no laboratório permitirão compreender melhor a origem das doenças e da saúde, de modo que o conhecimento produzido seja utilizado para estabelecermos novas ações e projetos que promovam a qualidade de vida dessas crianças”, apontou Sandra.


Terapias individualizadas

As instalações físicas do laboratório são formadas basicamente por equipamentos de bioinformática como scanners laser de alta resolução e rendimento para leitura de lâminas de microarrays – conhecidos popularmente como chips de DNA –, além de outros materiais para isolamento, purificação, quantificação e análise de ácidos nucléicos.

“Hoje, em uma pequena lâmina de microscópio é possível ter todo o genoma humano representado. Sabendo a expressão gênica, em tempo real conseguimos ver os genes em ação em diferentes tecidos e órgãos para medir, por exemplo, a resposta de uma determinada droga a agentes ambientais, além de saber quais genes são mais ou menos expressos em um tumor”, disse Carlos Alberto Moreira-Filho, professor do Departamento de Pediatria da FMUSP, que também coordenará as atividades do laboratório. Segundo o professor, uma das aplicações mais importantes desse tipo de técnica é a individualização das terapias.

“Conforme o perfil de expressão gênica de um tumor, o que nós chamamos de assinatura molecular, é possível saber se ele responde ou não a uma terapia antes de o paciente ser submetido a ela. Isso permite dar o remédio certo e na hora certa para determinado paciente”, explicou.

“Além da oncologia, que foi pioneira nessa área, atualmente em pediatria podemos aplicar essas técnicas para identificar pacientes com riscos de desenvolver doenças auto-imunes e distúrbios de comportamento”, disse Moreira-Filho.

Os equipamentos do Laboratório de Genômica Pediátrica foram financiados pela FAPESP.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

60ª Reunião Anual da SBPC

18/06/2008

Agência FAPESP – A 60ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) será realizada de 13 a 18 de julho no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP).

Dividida em 17 núcleos temáticos, a programação científica contempla questões transversais ao tema “Energia, Ambiente e Tecnologia”. São quase 300 atividades entre conferências, simpósios, mesas-redondas, minicursos, apresentação de pôsteres, encontros de sociedades científicas, assembléias e sessões especiais.

Nomes como os dos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Ciência e da Tecnologia, Sergio Rezende, e do Esporte, Orlando Silva, já estão confirmados. O embaixador Amorim falará sobre a contribuição do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) para as relações Brasil-China, enquanto Rezende debaterá a política nacional de ciência e tecnologia e Silva os desafios tecnológicos do esporte nacional.

Etanol de cana-de-açúcar, aquecimento global, biodiversidade, inovação e experimentação com animais de laboratório também estão na pauta dos debates, bem como doenças endêmicas, pesquisa científica, legislação brasileira, origem das espécies e multidiversidade cultural.

A educação para ciência no ensino básico é o eixo central de 13 atividades distintas e não faltarão oportunidades para se discutir a importância dos 60 anos da SBPC, do centenário da imigração japonesa e do ano internacional do planeta Terra.

A Agência FAPESP fará a cobertura da reunião e a FAPESP terá estande com apresentação das principais modalidades de apoio e programas financiados pela Fundação.

A programação completa, ainda sujeita a alterações, está em: www.sbpcnet.org.br/eventos/60ra.

Enquanto jovens e adultos participam de debates, encontros e tomadas de decisão, crianças e adolescentes têm na SBPC Jovem mais de 200 oportunidades de interagir, de forma criativa e lúdica, com a ciência.

São exposições, apresentações culturais, palestras, minicursos, oficinas e experimentos que pretendem fazer da 60ª Reunião Anual um evento em que aprendizado, diversão e descobertas andam lado a lado.

A programação da SBPC Jovem está no site local do evento: www.sbpc2008.unicamp.br.

(Fonte Boletim da FAPESP)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Robô Asimo passa a entender três pessoas ao mesmo tempo



da Folha Online

O robô Asimo, que têm habilidades humanas e já regeu até orquestra nos Estados Unidos, ganhou uma nova capacidade: entender o que até três pessoas dizem ao mesmo tempo. Com o uso de microfones e um software que "filtra" as mensagens, o robô consegue entender frases simples e um número limitado de palavras.

Segundo o site de tecnologia da revista "New Scientist", os pesquisadores Hiroshi Okuno, da Kyoto University, e Kazuhiro Nakadai, do Honda Research Institute, deram essa capacidade ao Asimo por meio de um software chamado Hark.
Ina Fassbender/Reuters
Robô humanóide pode ouvir e entender o que até três pessoas dizem ao mesmo tempo, por meio de software
Robô humanóide pode ouvir e entender o que até três pessoas dizem ao mesmo tempo

O sistema utiliza um total de oito microfones para identificar de onde cada voz está vindo e isolar o som emitido por cada pessoa. O software, então, identifica o grau de confiabilidade de cada som identificado, antes de decodificar as mensagens --esse filtro é importante, pois impede que diferentes vozes causem confusão ao robô.

Segundo os pesquisadores, a capacidade de audição do Asimo é até melhor que a dos humanos. "Ele pode ouvir diversas coisas de uma vez, e não se concentrar em apenas uma fonte sonora", afirmou Okuno à "New Scientist".

Segundo os técnicos, o robô consegue entender de 70% a 80% do que três pessoas dizem ao mesmo tempo, quando o vocabulário e a estrutura das frases são simples. Quando as frases são complexas, esse índice é de 30% a 40%.

Criado em 2001, o robô humanóide Asimo mede 1,30 metro, pesa 54 quilos e desempenha funções de recepcionista em escritórios da empresa Honda. Ele é um dos mais avançados no gênero.

sábado, 7 de junho de 2008

Bases Moleculares e Celulares das Doenças do Século 21

06/06/2008

Agência FAPESP – O simpósio Bases Moleculares e Celulares das Doenças do Século 21 – 200 anos de Medicina no Brasil será realizado entre os dias 16 e 18 de junho na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O evento comemorará os 200 anos da Faculdade de Medicina da UFRJ e os dez anos da Cátedra Unesco-UFRJ de Biologia da Forma e do Desenvolvimento. A cátedra promove, anualmente, cursos internacionais voltados a pesquisadores do Brasil e da América Latina.

Durante as palestras, diversos pesquisadores brasileiros e estrangeiros, abordarão temas como células-tronco, doença da vaca louca, estratégias alternativas anticâncer, tuberculose, Alzheimer, epilepsia e asma.

O encontro ocorrerá a partir das 9 horas no Auditório Rodolpho Paulo Rocco do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ, na Ilha do Fundão.

Mais informações: www.cendotec.org.br

Fonte: Agência FAPESP