Por Fábio de Castro Agência FAPESP – A Universidade Estadual Paulista (Unesp) lança nesta segunda-feira (24/9), em São Paulo, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), que terá os objetivos de depositar os pedidos de proteção intelectual dos resultados de pesquisa produzidos na universidade, direcionar sua política de inovação, gerenciar a transferência de tecnologia para as empresas e facilitar o diálogo entre pesquisadores e o setor empresarial.
O lançamento ocorrerá na abertura do 1º Simpósio Unesp de Inovação, coordenado por Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química de Araraquara. “O núcleo já está em funcionamento, com cinco projetos de transferência de tecnologia em andamento. A Unesp tem uma pesquisa consolidada, de excelência, que exigia uma iniciativa como essa”, disse à Agência FAPESP.
De acordo com Fabíola Spiandorello, gerente executiva do NIT-Unesp, os cinco projetos serão apresentados durante o evento, com a divulgação das empresas envolvidas. A previsão é que dentro de 20 dias a primeira patente seja depositada. O núcleo terá representantes em todos os 24 campi da Unesp.
“Dos cinco projetos de transferência de tecnologia, quatro já têm contratos assinados. Temos um em Sorocaba, na área de nanotecnologia, um em São José do Rio Preto, em agricultura, voltado para pesticidas, e dois em Araraquara, no setor farmacêutico – um fitoterápico e outro em cosméticos”, disse Fabíola.
Segundo Vanderlan, há expectativa de que, ao se consolidar, o núcleo se transforme em uma agência de inovação, como as que já existem na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“O NIT é um conceito que surgiu com a Lei de Inovação, que recomenda que as instituições de pesquisa criem escritórios para gerenciar suas atividades de inovação. Esperamos que ele evolua em breve para uma agência”, afirmou.
A estrutura atual do NIT-Unesp, segundo ela, é composta da gerente executiva, de um advogado que dará suporte jurídico aos pesquisadores e de uma secretária. “É uma estrutura simples, mas suficiente para dar início à missão de cuidar da proteção intelectual gerada na Unesp. O núcleo será um facilitador para a transferência de tecnologia, para as parcerias com o setor industrial em todos os níveis e para a prestação de serviços de alta tecnologia”, disse Vanderlan.
O núcleo, acoplado à Pró-Reitoria de Pesquisa, receberá suporte financeiro da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), segundo a professora. “A pesquisa da Unesp estava ligada à Pró-Reitoria de Pós-graduação até junho deste ano, quando o reitor Marcos Macari criou a Pró-Reitoria de Pesquisa. Foi um grande passo para a universidade”, disse.
O núcleo deverá ser um facilitador para que os cientistas possam prospectar pesquisas de interesse. “A função da universidade é gerar conhecimento e formar recursos humanos. Não cabe a ela desenvolver o que quer que seja. Mas gerar conhecimento só faz sentido quando se traduz em bens e serviços para a sociedade. O pesquisador não deve ter essa responsabilidade. É nesse ponto que a agência terá um papel fundamental”, disse Vanderlan.
Segundo ela, os pesquisadores da Unesp produzem ciência de alto nível, mas, como ocorre em todo o país, não têm experiência em patentear invenções. “Sob constante pressão para publicar trabalhos e sem proteção intelectual, nossa produção científica se transforma em commodity para os laboratórios do primeiro mundo. Sem proteção intelectual, não há inovação”, afirmou.
Mais informações sobre o 1º Simpósio Unesp de Inovação: www.aptor.com.br/inovacao/programacao.php
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