A ciência constitui um processo inacabado e inacabável. O caminho que o cientísta percorre para a investigação dos fatos, na busca incessante da verdade, é o método científico. A proposta deste blog é a divulgação desse método e dos resultados da sua utilização: as últimas pesquisas, os avanços científicos.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
FAPESP: Uma década de integração do conhecimento
Comemoração dos dez anos do SciELO destaca a contribuição da biblioteca eletrônica para o avanço da comunicação científica na América Latina (foto: Agência FAPESP)
Agência FAPESP – O programa SciELO (Scientific Electronic Library Online), biblioteca eletrônica de publicações científicas, completou dez anos em grande estilo, com cerimônia e seminário na quinta-feira (16/8), na sede da FAPESP.
O evento reuniu representantes das agências financiadoras do programa e das instituições acadêmicas e sociedades científicas cujos periódicos são publicados na SciELO, além de profissionais de informática, editores, autores de trabalhos e usuários do serviço.
A SciELO começou a ser implantado no início de 1997, como um projeto cooperativo entre o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O primeiro ano foi dedicado ao desenvolvimento da metodologia de publicação de periódicos em texto completo na web, que contou com a participação ativa dos editores dos dez periódicos brasileiros que formaram a primeira coleção SciELO Brasil. O portal SciELO Brasil começou a operar publicamente em 1998.
No mesmo ano, entrou em operação a coleção SciELO Chile, coordenada pela Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (Conicyt). A partir de 2002, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) passou a apoiar o projeto.
A SciELO desenvolveu-se progressivamente como uma rede de coleções de periódicos em acesso aberto, estendendo-se para Caribe, Portugal e Espanha, utilizando a mesma metodologia de publicação on-line de periódicos com a operação de links na web e o acompanhamento do desempenho para artigos individuais, periódicos e coleções.
Atualmente, a SciELO abriga dez coleções em oito países – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Portugal, Espanha e Venezuela –, além de duas coleções temáticas nas áreas de saúde pública e ciências sociais. Bases de dados para coleções de Costa Rica, México, Paraguai, Peru e Uruguai estão em fase de desenvolvimento.
“Comemorar os dez anos de uma iniciativa tão vitoriosa como a SciELO, que hoje é uma referência regional e global para a pesquisa e para a comunicação científica na América Latina e no Caribe, no lugar em que se consubstanciou o nascimento desse projeto, é algo que me enche de orgulho e alegria”, disse Abel Packer, diretor da Bireme e idealizador do programa ao lado de Rogério Meneghini, coordenador científico da SciELO.
Hoje, a biblioteca conta com mais de 130 mil artigos em 452 títulos de periódicos certificados. “Até o fim do ano, atingiremos cerca de 10 milhões de acessos mensais. Esse volume de acesso tem contribuído para que a massa crítica de artigos seja utilizada como referência para a avaliação da produção científica mundial”, disse Packer, que também é coordenador operacional da SciELO.
“Esses indicadores evidenciam que os objetivos de aumentar a visibilidade, o uso, o impacto e a credibilidade dos periódicos da biblioteca, almejados há dez anos, estão sendo atingidos para situarmos a rede SciELO como parte integrante de um sistema global de comunicação científica”, destacou.
Segundo Packer, esse aumento de visibilidade da ciência produzida pelos países que integram a biblioteca também deverá abrir novas perspectivas para a elaboração de novas políticas científicas.
“A adoção do acesso aberto como modo de publicação assegura a acessibilidade universal dos artigos e contribui para fortalecer movimentos internacionais que preconizam os registros do conhecimento como bens públicos, algo essencial para o avanço do conhecimento nos países em desenvolvimento”, disse o diretor da Bireme, entidade que este ano comemora 40 anos de existência.
Compartilhamento de resultados
O presidente do CNPq, Marco Antonio Zago, também presente na cerimônia, afirmou ser a SciELO uma das mais relevantes iniciativas da última década no campo da gestão da ciência na América Latina. “Fazendo uso de um privilégio como presidente do CNPq, que é o de poder falar em nome da comunidade científica, gostaria de saudar os dois heróis da SciELO, Abel Packer e Rogério Meneghini, que, ao lado dos editores de revistas científicas, têm contribuído expressivamente para o êxito dessa iniciativa”, disse.
Segundo Zago, a SciELO e o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) exercem papel complementar na difusão do conhecimento acadêmico, elevando a qualidade e a competitividade da produção científica brasileira.
“A principal contribuição da SciELO foi tirar da obscuridade diversas revistas latino-americanas, que passaram a fazer parte do universo contabilizado e visível da produção científica mundial”, destacou. “E o CNPq continuará contribuindo entusiasticamente para o programa, não apenas com o financiamento direto para a organização da biblioteca, mas também com o financiamento das revistas que são incluídas na base de dados.”
Zago citou o edital que acaba de ser lançado pelo CNPq e que, em parceria com a Capes, destinará R$ 5 milhões para apoio à editoração de periódicos científicos brasileiros e que priorizará títulos divulgados na internet com acesso livre. O objetivo é contribuir para elevar o nível de qualidade, incluindo forma e conteúdo, das revistas nacionais que se dedicam à ciência e tecnologia. As propostas podem ser enviadas até 26 de setembro.
“A SciELO é uma iniciativa ousada que conseguiu, por conta do acesso aberto a trabalhos científicos, mudar a maneira com que pesquisadores do mundo todo enxergavam suas condições de fazer ciência e de produzir conhecimento”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
Para ele, além de aumentar a visibilidade da ciência feita na América Latina, a SciELO é uma iniciativa eficaz que une, “de maneira orgânica”, os cientistas dos oito países da região que o compõem. Essa interação entre cientistas do continente por meio da publicação de artigos na SciELO é decisiva para o progresso dos projetos de pesquisa.
“A ciência avança não só porque os cientistas têm idéias brilhantes, mas sim porque eles se comunicam entre si e utilizam idéias uns dos outros. A razão pela qual um cientista publica um artigo deve ser o compartilhamento de resultados com outros pesquisadores, para que sua ciência possa progredir mais depressa. E a SciELO facilita essa comunicação”, disse Brito Cruz.
Mais informações: www.scielo.br
Fonte: FAPESP
http://www.fapesp.br/materia.php?data[id_materia]=2931
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Genoma da levedura de cana é seqüenciado
09/10/2007
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O responsável pelo processo de fermentação que transforma o açúcar da cana em álcool é um microrganismo: a levedura de cana-de-açúcar (Saccharomyces cerevisiae). Com os objetivos de aumentar a eficiência desse processo biológico e reduzir os custos de produção nas usinas, uma parceria entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos levou ao seqüenciamento completo do código genético de uma linhagem de levedura.
Trata-se da CAT-1, a primeira levedura para a produção de etanol a ter seu genoma seqüenciado – uma levedura produtora de vinho, uma outra obtida em laboratório e uma levedura patogênica, isolada de um paciente com Aids, já haviam sido seqüenciadas.
O novo trabalho foi realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, além da Fermentec, empresa de consultoria especializada em fermentação alcoólica instalada em Piracicaba (SP).
O projeto teve início em 1989 com a seleção de leveduras adequadas à fermentação alcoólica industrial por meio de uma técnica conhecida como cariotipagem, que permite identificar leveduras pelo DNA. Desde então, os cientistas vasculharam a biodiversidade de leveduras em centenas de destilarias brasileiras até isolar a CAT-1.
“A CAT-1 se destaca entre as três leveduras mais amplamente empregadas na produção industrial de etanol no país. Na safra atual, juntamente com a linhagem PE-2, essa levedura está sendo utilizada por cerca de 150 destilarias, que respondem por 60% do álcool combustível produzido no Brasil”, disse um dos responsáveis pelo trabalho, Luiz Carlos Basso, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq, à Agência FAPESP.
“Essa linhagem mostra elevada capacidade de sobrevivência na indústria produtora de etanol. Ela apresenta alta tolerância a vários fatores estressantes da fermentação industrial e baixa formação de espuma, características que colaboram para reduzir custos de produção do biocombustível”, explicou.
Segundo Basso, além da identificação dos fatores que limitam a produtividade industrial, as informações do genoma da CAT-1 poderão permitir o melhor conhecimento da levedura para o melhoramento genético e a obtenção de linhagens mais apropriadas à fermentação nas destilarias. “Esse manancial de dados nos permitirá entender os mecanismos bioquímicos e fisiológicos que conferem à CAT-1 o status de uma superlevedura”, afirmou.
Segundo o professor da Esalq, o genoma da levedura estará disponível a toda a comunidade científica assim que os resultados do trabalho forem publicados. “Toda a seqüência, que tem cerca de 6 mil genes, será conhecida nos próximos meses com sua publicação em uma revista científica internacional”, disse Basso.
A CAT-1 também é utilizada para a produção de etanol a partir de cereais, no Canadá, e também foi bem avaliada para a produção de uísque, na Escócia. No Brasil, o seqüenciamento da CAT-1 foi coordenado pelo professor Boris Stambuk, da UFSC.
Fonte: Agência FAPESPttp://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7864
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
PAC aumenta verba para Ciência e Tecnologia: R$ 40 bilhõe até o final de 2010
O governo pretende destinar até o final de 2010 R$ 40 bilhões para a área de Ciência e Tecnologia no país. O pacote de medidas deverá ser anunciado depois do dia 20 de outubro quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta de uma viagem à África. Para ele, o segredo do sucesso do PAC é a parceria entre os mais diversos ministérios. Acabou, segundo o presidente, o tempo em que cada ministro era dono de um programa que não saia do papel. Ainda de acordo com o presidente, os programas que estão sendo anunciados pelo governo não são deste nem de outro ministério, são programas da administração federal, por isso acabam tendo todo o apoio necessário. Fazendo uma referência ao futebol, Lula disse que quem não chuta, não tem chance de fazer gol.
Fonte: Jovem Pam
http://jovempan.uol.com.br/jpamnew/noticias/ultimasnoticias/#108915
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
CÉLULAS-TRONCO - O QUE SÃO?
A descoberta de grandes reservatórios dessas células na medula óssea (região esponjosa que fica dentro do osso), na placenta e no cordão umbilical abriu caminhos para sua utilização no reparo de lesões.
Por exemplo, ao serem injetadas na medula óssea, eles passariam a ter uma função importante: regenerar o sangue fabricando células sangüíneas.
O corpo humano adulto é composto por mais de 70 trilhões de células dos mais variados tipos: da pele, do cérebro, do coração etc.
Todas elas derivam das células-tronco embrionárias.
(Por SARITA COELHO - Da Assessoria de Comunicação da Universidade de Brasília, com base na entrevista do médiico Antonio Sergio Torloni à equipe da UnB AGÊNCIA)
(04-06-07)
LULA DEFENDE PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
E defendeu o debate de dois temas polêmicos: a legalização do aborto e o uso pela ciência de células-tronco embrionárias.
(FOLHA DE SÃO PAULO - SINOPSE RADIOBRÁS 12-05-2007)
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Cientistas da Embrapa estão fazendo o cerrado brasileiro prosperar, diz NYT
Lalo de Almeida/The New York Times | |||
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/ 02/10/2007 Cientistas estão fazendo o cerrado brasileiro prosperar Larry Rohter Em Planaltina, Brasil Qualquer um curioso em saber como o Brasil se tornou o que o ex-secretário de Estado, Colin L. Powell, chama de "superpotência agrícola" -prestes a superar os Estados Unidos como maior exportador mundial de alimentos- poderia muito bem começar por aqui, nesta rede atarefada de laboratórios do governo. Os amplos laboratórios e campos experimentais são operados pela Embrapa, o órgão de pesquisa agropecuária do Brasil, e se tornaram uma parada obrigatória para qualquer líder do Terceiro Mundo em visita ao país. Apesar de pouco conhecida na América do Norte, em três décadas a Embrapa se tornou uma líder mundial na pesquisa da agricultura tropical e está atuando agressivamente em áreas como biotecnologia e bioenergia.
"A Embrapa é um modelo, não apenas para o chamado mundo em desenvolvimento, mas para todos os países", disse Mark Cackler, gerente e diretor em exercício do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Banco Mundial. "Um motivo chave para o Brasil ter se saído tão bem com sua economia agrícola é por ter investido de forma inteligente e em peso em pesquisa agrícola de ponta, e a Embrapa está à frente em tal esforço." A Embrapa deve muito de sua reputação ao seu trabalho pioneiro aqui no cerrado, que se estende por mais de 1.600 quilômetros pela região central do Brasil. Descartada como inútil por séculos, a região foi transformada em menos de uma geração no cinturão de grãos do país, graças à descoberta de que os solos poderiam ser transformados em férteis com a adubação com fósforo e potássio, cuja mistura certa foi estabelecida pelos cientistas da Embrapa. Quando o Prêmio Mundial da Alimentação anual foi concedido no ano passado a dois brasileiros afiliados à Embrapa, a menção apontou para a transformação do cerrado como sendo "um dos maiores feitos da ciência agrícola no século 20". A Embrapa também promoveu a principal cultura da região ao desenvolver mais de 40 variedades tropicais de soja, que antes era considerada apenas uma cultura de zona temperada. "Quando eu trabalhei na Índia, Paquistão e nos países do Oriente Próximo nos anos 60 e 70, ninguém pensava que aqueles solos algum dia seriam produtivos", disse Norman Borlaug, um agrônomo americano que conquistou o Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho que lhe rendeu o título de "pai da Revolução Verde", em uma entrevista por telefone de Iowa. "Mas a Embrapa foi capaz de montar todas as peças." Como resultado, o Brasil atualmente é o maior exportador mundial de soja e carne bovina, assim como está crescendo na exportação de algodão, três quartos dele produzido aqui no cerrado. Encorajados por tal sucesso, os cientistas da Embrapa voltaram sua atenção para o trigo. O Brasil atualmente importa grande parte de seu trigo de países vizinhos com clima temperado. "Nós acreditamos que o potencial é enorme", disse Roberto Teixeira Alves, diretor geral do centro de pesquisa no cerrado da Embrapa. "Nós lançamos duas novas variedades de trigo com bom rendimento no ano passado, e acreditamos que também há forte possibilidade de adaptar cevada à região." O laboratório da Embrapa em Manaus, no coração da Amazônia, também está estudando formas de tornar o seqüestro de carbono mais eficiente. Os cientistas estão examinando os chamados "solos escuros" da Amazônia, pequenas ilhas férteis criadas pelas tribos indígenas pré-colombianas e que apresentam concentrações particularmente altas de fósforo. "Nós não sabemos por que são assim, mas estamos tentando entender e reproduzir tal fenômeno para que possamos nos beneficiar agora", disse Wenceslau Teixeira, um especialista em manejo do solo que está encarregado do esforço. "Estas ilhas apresentam níveis particularmente estáveis de carbono, que ajuda a reter os nutrientes e é tanto útil quanto difícil de encontrar em solos tropicais." E apesar do programa de etanol de cana-de-açúcar estar em grande parte concentrado em outras regiões, a Embrapa conta com uma divisão de agroenergia que se concentra em formas de produzir biodiesel. Os cientistas da Embrapa identificaram cerca de 30 plantas que poderiam ser usadas em tais programas e estão concentrados no óleo de dendê. "A composição do óleo de dendê é uma das melhores para produção de biocombustíveis", disse Maria do Rosário Lobato Rodrigues, a diretora do laboratório de Manaus, onde está concentrada a pesquisa. "Ele tem alta capacidade de fixar carbono, não exige o uso de produtos químicos para ser produzido e nenhuma parte da planta é desperdiçada." Segundo a recém ampliada definição de agricultura pela Embrapa, nada parece fora dos limites, de porcos tropicais com menor gordura e colesterol que os porcos americanos e com maior produção de lombo e pernil, à extração de biopolímeros de aranhas. Na sala de jantar da Embrapa em Brasília, há até mesmo tapetes feitos de variedades de fibras naturais de algodão, que, por serem cultivadas em tons de verde e marrom, poderiam reduzir os custos de tingimento para os produtores têxteis. Obter financiamento adequado é sempre um problema para qualquer instituição pública de pesquisa no Brasil. Há dois anos, entretanto, o Congresso brasileiro aprovou uma lei que permite que a Embrapa possa lucrar com sua pesquisa e expande a capacidade do órgão de realizar joint ventures. "Ser empreendedores é algo novo para nós, mas precisamos transformar nosso conhecimento em riqueza", disse Sílvio Crestana, o diretor-presidente da Embrapa e um especialista em física do solo, em uma entrevista em Brasília. Além dos royalties, ele disse, a agência quer atrair capital de risco. Inicialmente, a maioria de tais acordos era com empresas brasileiras. Mas a Embrapa e a Basf, a indústria química alemã, recentemente anunciaram uma parceria para desenvolvimento e comercialização de uma soja geneticamente modificada, resistente à herbicida, que deverá estar no mercado até 2012 e competirá com a marca Roundup Ready da Monsanto. Com o apoio de empréstimos multilaterais e agências de desenvolvimento como o Banco Mundial, a Embrapa também está tentando elevar seu perfil no exterior. Apesar da há muito contar com programas de intercâmbio que trouxeram cientistas da América Latina, África e Ásia para trabalharem em seus laboratórios, a Embrapa apenas recentemente abriu seu primeiro escritório no exterior, em Gana, sede do Fórum de Pesquisa Agropecuária da África. "Isto é bom e uma medida potencialmente importante, porque há muitos lugares na África, como a Zâmbia, que possuem savanas com condições de solo e chuvas semelhantes às do cerrado brasileiro", disse Borlaug. "Eu acho que soja e milho, juntamente com a produção de carne bovina e pastos melhorados, seriam coisas adequadas a serem transferidas do Brasil." Como a fabricante brasileira de aviões Embraer, que encontrou um nicho lucrativo vendendo jatos regionais, a Embrapa parece disposta a se concentrar na venda do know-how que desenvolveu em plantações e produtos freqüentemente ignorados por instituições de pesquisa dos países industrializados do Hemisfério Norte. "O Brasil tem a vantagem comparativa de sua própria experiência, que é muito relevante em um contexto tropical", disse Cackler. "Para pegar um exemplo, quantas universidades americanas dedicariam tanto esforço à mandioca? Não é uma prioridade para elas. Mas a sobrevivência de dezenas de milhões de pessoas depende diariamente da mandioca, de forma que nós do Banco Mundial estamos contentes com o fato do Brasil estar disposto a desenvolver e transferir tal tecnologia." Tradução: George El Khouri Andolfato http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2007/10/02/ult574u7845.jhtm |
US$ 3 milhões para pesquisas em biologia avançada
Agência FAPESP – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmou uma parceria com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França.
O acordo estabelece a implantação do Consórcio Internacional de Biologia Avançada (Ciba), que movimentará mais de US$ 3 milhões e gerenciará estudos da estatal brasileira no Pólo de Pesquisa em Agronomia Tropical e Mediterrânea (Agrópolis), com sede em Montpellier (França).
Assinado em Brasília (DF) pelo diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, e pelo diretor-geral do Cirad, Gérard Matheron, o convênio reafirma a continuidade de pesquisas em biologia avançada para atender às expectativas dos agricultores do mundo tropical, subtropical e mediterrâneo, num período de cinco a dez anos.
De acordo com texto divulgado pela Embrapa, na prática, o centro de cooperação francês será o mediador da parceria e, também, da implantação do Ciba.
Para o chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Elísio Contini, o consórcio é decisivo para os investimentos em genômica vegetal. A proposta é favorecer, por exemplo, o estudo da tolerância à seca e aos nematóides e fungos, de maneira a contribuir com os desafios mundiais de adaptação da agricultura à mudança climática e à redução no uso de pesticidas.
Mais informações: (61) 3448-4433.
Fonte: Agênbcia FAPESPhttp://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7833