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segunda-feira, 12 de maio de 2008
Novo gene que causa câncer é descoberto
Pesquisadores da Universidade de Oklahoma (EUA) identificam gene responsável por causar vários tipos de câncer, o que pode contribuir para melhorar as terapias contra a doença. Estudo foi publicado na revista Nature
Divulgação Científica
12/05/2008
Agência FAPESP – Um novo gene responsável pelo desenvolvimento de diversos tipos de cânceres foi identificado por cientistas do Instituto do Câncer da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. De acordo com o estudo, o gene e sua proteína, denominados RBM3, são vitais para a divisão celular nas células normais.
Os baixos níveis de oxigênio nos tumores, segundo o trabalho publicado na revista Nature, causam elevado aumento da quantidade dessa proteína, provocando uma divisão sem controle das células cancerosas e levando a um aumento do tumor em formação.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas usaram novas tecnologias que silenciam geneticamente a proteína e reduzem o nível de RBM3 em células cancerosas. A nova técnica, que fez com que o tumor parasse de crescer até a morte celular, foi testada com sucesso em vários tipos de cânceres, entre os quais mama, pâncreas, cólon, pulmão, ovário e próstata.
“Estamos muito animados com essa descoberta, uma vez que a maioria dos cânceres se desenvolve a partir de mutações nos genes e os nossos estudos, pela primeira vez, mostraram que muitas proteínas desse tipo realmente fazem com que células normais se transformem em células cancerosas”, disse o coordenador da pesquisa, Shrikant Anant.
Anant explicou que a proteína RBM3 pode ser encontrada em todas as fases de muitos tipos de cânceres, sendo que a quantidade de proteínas aumenta com o desenvolvimento da doença. Segundo ele, a proteína contribui para que a doença se prolifere mais rapidamente no organismo humano, evita a morte celular e integra o processo responsável pela formação de novos vasos sangüíneos que alimentam o tumor.
“Esse processo, chamado angiogênese, é essencial para o crescimento tumoral e sugere que terapias que tenham a RBM3 como alvo podem ser ferramentas extremamente poderosas contra muitos tipos de tumores sólidos”, afirmou Anant, que é professor do Departamento de Medicina e Biologia Celular do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Oklahoma.
Os pesquisadores identificaram ainda que a RBM3, por ser significativamente regulada em tumores humanos, é responsável pelo aumento de tumores do cólon. Ao expressar a proteína em fibroblastos (células do tecido conjuntivo) de camundongos e em células epiteliais do cólon humano, eles verificaram um aumento na proliferação celular, enquanto a baixa regulação da RBM3 em células com câncer de cólon diminuiu o crescimento das células em cultura.
O próximo passo de Anant e equipe é desenvolver agentes capazes de bloquear a proteína em uma grande variedade de tumores. Eles estimam que os ensaios clínicos, a serem realizados na própria universidade norte-americana, terão início em cerca de cinco anos.
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