Londres, 21 mar (EFE).- Cientistas do Massachusetts Insitute of Tecnology (MIT) desenvolveram um aparelho capaz de transformar pequenas quantidades de água de mar em água potável graças a uma bateria, e de forma muito mais simples que os métodos de dessalinização existentes, publica a revista "Nature".
As técnicas de dessalinização usadas atualmente requerem um alto consumo energético e só são eficientes quando envolvem grandes quantidades de água. Por isso, é difícil utilizá-las em regiões afetadas pela pobreza ou por desastres naturais.
O aparelho, desenvolvido por cientistas do MIT liderados por Jongyoon Han, funciona mediante um fenômeno conhecido como "polarização por concentração de íons". Esse processo se produz quando uma corrente de íons circula através de um nanocanal que vai selecionando os íons.
O nanocanal se situa entre dois microcanais por onde circula a água salgada e, quando se aplica uma voltagem ao nanocanal, os íons se concentram em um extremo do nanocanal e se esvaziam no extremo oposto.
Em consequência desse processo, se repelem os íons salinos de água marinha próximos ao nanocanal.
Ao transformar um dos microcanais em dois canais próximos à zona de repulsão, apenas a água dessalinizada, que não tem carga iônica alguma, pode atravessar a zona carregada e passar assim a outro canal destinado à água potável.
O método permite eliminar os sais e as partículas de maior tamanho, como as células, os vírus e microorganismos, com tanta eficácia quanto as mais modernas usinas de dessalinização.
* do UOL Notícias
A ciência constitui um processo inacabado e inacabável. O caminho que o cientísta percorre para a investigação dos fatos, na busca incessante da verdade, é o método científico. A proposta deste blog é a divulgação desse método e dos resultados da sua utilização: as últimas pesquisas, os avanços científicos.
segunda-feira, 22 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
Brasil faz primeira cirurgia cardíaca com robô
O Hospital Israelita Albert Einstein realizou, anteontem, a primeira cirurgia cardíaca minimamente invasiva totalmente robotizada. Trata-se do primeiro procedimento do gênero realizado na América Latina.
Caio Guatelli/Folha Imagem
Cirurgia com o sistema Da Vinci foi comandada pelo cirurgião cardíaco Robinson Poffo e acompanhada por cirurgiões dos EUA
A cirurgia, comandada pelo cirurgião cardíaco Robinson Poffo, foi realizada com o sistema robótico Da Vinci (já usado em operações como a de próstata) e foi acompanhada por cirurgiões dos EUA -onde a equipe do hospital foi treinada.
A paciente operada tem 35 anos e sofria de uma cardiopatia chamada comunicação interatrial -caracterizada por uma abertura entre os átrios, que permite a passagem do sangue entre eles. A doença causa cansaço, falta de ar e arritmias.
O procedimento durou seis horas. A paciente deve receber alta até sexta-feira.
Segundo Poffo, uma das principais vantagens da cirurgia robótica é que ela é menos invasiva -em vez de abrir o peito do paciente com um corte de cerca de 25 cm, são feitas três pequenas incisões milimétricas e um corte de cerca de 2 cm na região lateral do tórax do paciente. É por esses orifícios que entram os instrumentais (pinça, tesoura, afastadores, aspiradores) que vão realizar a cirurgia.
"É uma cirurgia muito mais precisa. O cirurgião fica no console para manipular os "braços" do robô e tem uma visão em 3D. O equipamento filtra possíveis tremores das mãos do médico e o movimento das pinças é articulado, como o movimento das mãos. Na cirurgia minimamente invasiva tradicional, a pinça é rígida e não permite muitos movimentos", explicou José Carlos Teixeira Junior, gerente médico executivo do Programa de Cirurgia do hospital.
Além disso, afirma Poffo, a cirurgia robótica é um procedimento em que o paciente sangra menos, tem menos risco de sofrer infecções, recebe alta da UTI em menos tempo e é capaz de retomar atividades cotidianas mais rapidamente. "A tendência é dominar técnicas que sejam cada vez menos invasivas para o paciente, ajudando a diminuir o risco cirúrgico", diz.
Indicações
De acordo com Poffo, não é qualquer paciente que se encaixa no perfil da cirurgia cardíaca por robô. "Não pode ter nenhuma anormalidade na caixa torácica e também tem que ter uma boa circulação periférica", diz.
As principais indicações atualmente são o tratamento de problemas de válvulas cardíacas, algumas cardiopatias congênitas e correção da fibrilação atrial. "A revascularização do miocárdio [ponte de safena] por robô é mais complexa e é indicada apenas para poucos casos selecionados."
O cirurgião Luís Alberto Oliveira Dallan, diretor do Departamento de Cirurgia de Coronária do InCor, diz que o uso do robô para tratar esse tipo de problema é pioneiro no Brasil, mas já é realidade nos EUA.
"Nós pretendemos alcançar essa tecnologia num futuro muito próximo. Quando benfeita, a cirurgia robótica é menos invasiva e o paciente tem alta hospitalar mais rápido. Por enquanto, não é uma alternativa para o dia a dia, mas é uma promessa e abre novas perspectivas", afirmou Dallan.
Ele ressaltou, entretanto, que o uso do robô para cirurgias de revascularização do miocárdio ainda está distante. "É bem mais complexo usar robô nesses casos. Na cirurgia convencional, muito bem estabelecida, o índice de complicação é baixíssimo", afirma Dallan.
O cirurgião cardíaco Marcelo Jatene, do HCor, diz que ainda é muito precoce afirmar que a técnica traz benefícios reais e superiores aos da cirurgia convencional. "É inovadora e muito bem-vinda. Mas a sequência de casos ainda é pequena. O grande inconveniente é o preço", afirma. O robô custa cerca de R$ 5 milhões.
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