“Geralmente a ação das enzimas é muito específica, e a AMPK é ativada somente quando há falta de nutrientes, distribuindo nas células a energia necessária para a reprodução”, afirma o geriatra e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Fernando Bignardi.
Apesar de outras análises já terem comprovado a importância dessa enzima na relação entre comer pouco e longevidade, essa atuação específica ainda não era conhecida. A AMPK é hábil para espalhar o fosfato, fundamental para as células apresentarem energia, durante a divisão da célula em ambientes desprovidos de nutrientes. É uma opção que proporciona proteção para o organismo em situações como essas.
Na pesquisa realizada com células humanas, os especialistas utilizaram um procedimento capaz de identificar e acompanhar quais proteínas são transformadas pela atuação da enzima. Eles descobriram 32 proteínas, sendo que 28 eram até então ignoradas. “É a primeira vez que o método de triagem tem sido aplicado à enzima AMPK em células vivas humanas”, diz Anne Brunet, coordenadora do estudo e professora de genética da Universidade de Stanford.
“Diante da privação de nutrientes, a enzio bma é importante para a célula completar a mitose com segurança e evitar instabilidade genômica”. Segundo a especialista, a descoberta pode ter efeitos para todos os tipo de células em divisão.
De acordo com os especialistas, a identificação de novas células comprometidas pela AMPK elevam os alvos potenciais para tratamentos de males como o câncer. Além disso, a ferramenta de seleção usada no estudo pode ser vantajoso na pesquisa de outros tipos de enzimas.
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